Natal: Fé ou Comércio?

Aproximamo-nos do Natal, data cristã tão envolvente e mágica, mas tão deturpada e cara. Como um momento onde se valoriza tanto o Amor e a Vida pode ter se tornado tão comercial e “lucrativo”?

A cada ano vemos nas ruas, mais Papais-Noéis, mais opções de presentes, mais promoções e ofertas e menos espiritualidade, menos preocupação com o outro, menos recolhimento para se bem celebrar a Vinda do Cristo Salvador.

Raro já é encontrarmos nas casas o Presépio. Pelo contrário, vemos luzes, enfeites, Papai Noel, árvores, e inúmeras coisas que podem lembrar qualquer coisa, menos o verdadeiro sentido do Natal que é a Encarnação do Verbo Divino.

Infelizmente, esta data tão especial, tornou-se apenas uma competição de luzes e enfeites, onde quem brilha mais ganha… e ganha o que? Ganha nada além de mais contas no próximo ano.

Preocupamo-nos muito mais com o que fazer na Ceia do que o que vamos agradecer e pedir ao Bom Deus; preocupamo-nos mais com o que vamos vestir do que com nosso vizinho que não tem nada para comer; preocupamo-nos mais com a decoração de nossa casa do que com o mendigo que pede um agasalho, pois está com frio…

E se nos perguntam o que significa o Natal para nós, temos a audácia de responder: “Natal é tempo de nos prepararmos e recebermos o Cristo Menino em nossas vidas!”. E é assim que estamos nos preparando…

Acostumamo-nos a ver apenas o superficial, o que está a menos de um palmo de nosso nariz, e esquecemo-nos de olhar para os lados e ver que ainda tem muitas famílias que não terão o que pôr na mesa neste Natal; que existem filhos que não terão seus pais e pais que não terão seus filhos na noite Santa; que muitos não têm sequer um teto sobre suas cabeças para poderem repousar tranquilamente… E nós aqui preocupados com os piscas-piscas que ficaram tortos em nossa parede… Será que isso é o Espírito de Natal? Creio que não.

Cristo nos deixou, enquanto cristãos, com a missão de cuidarmos dos irmãos que sofrem e são abandonados, de anunciarmos Seu Projeto de Amor e Fraternidade, de amarmos a cada um de nossos semelhantes como a nós mesmos… E nós, assim como o profeta Jonas (Jn 1,1-3) queremos fugir da vista de Deus e da missão a nós confiada. E Deus, mais uma vez, se mostra Bom e Misericordioso para conosco, capacitando-nos e protegendo-nos a todo o momento, por mais que criemos obstáculos para assumirmos Seu Projeto, como fez Jeremias (Jr 1,4-8).

Por isso vos rogo, amados irmãos, cristãos ou não. Não nos deixemos levar pelo consumismo absurdo, pelo querer sempre mais, pela falsa garantia de felicidade que o dinheiro trás. Assumamos nosso papel de colaboradores do Reino de Deus, de cristãos preocupados com nossos irmãos, de discípulos missionários do Cristo Jesus.

Façamos do Natal, o verdadeiro momento de cultivarmos os valores que nos fazem crescer como pessoas e como cristãos, que são o Amor, a Partilha, a Fraternidade e Fé no Cristo que se encarnou  por Amor a cada um de nós, pobres ou ricos, do mesmo modo.

Digamos não ao consumismo que tenta apagar a presença do Jesus no dia a dia, pois, embora celebrassem o Nascimento de Cristo, jamais esquecemos que Ele e só Ele morreu para redimir nossos pecados. Feliz Natal,ou seja:

Bom começo,

recomeço,

renovo,

esperança,

caridade,

amor  e muita fé!!!

Desejo para todos um prospero ano novo!!!